Acadêmicos

Algumas pessoas próximas, amigos de blog entre outros, sabem bem do esforço que representa manter a constância do nosso trabalho. Sim, blog muitas vezes é um trabalho, especialmente quando envolve pesquisa; quesito este que levo muito a sério.

ôpa.. tem alguém sentado no assento perigoso...

O fato de postar somente agora foi por rejeitar dois assuntos, devido à sua extensão ou mesmo a eventual perda de foco, derivada da natureza de cada um. Vou me explicar melhor.

Rejeitado número um: Musicas de Amor Medieval.


Este assunto prometia. Muito. Tanto me esbanjei em textos de Chrétien falando do amor cortês, que fui pesquisar sobre sonetos, lais e canções de amor do periodo medieval. Infelizmente, me desapontei com o resultado.
Não foi por não achar respostas, o que aconteceu foi não ter gostado das respostas em si. Os séculos 12, 13 e 14 produziram belas canções de amor, mas todas as que encontrei careciam do mais importante: sentimento. Eram músicas escritas por bardos, poetas e outros apenas com o fim de demonstrar seu talento, e ganhar competições, honra ao serem valorizados como grandes autores, mas nenhuma das poesias ou musicas sequer mostrava um sentimento de amor, apenas exercícios de talento na combinação dos versos. Nenhum deles realmente amava, portanto suas músicas ficaram ocas. Lembradas até hoje, mas sem valor sentimental. Podemos comparar isso aos atuais repentistas, ou mesmo aos compositores de samba-enredo? Talvez.

Assim meu assunto de hoje se esvaziou das mãos pela primeira vez.

Segundo Rejeitado: Aprendendo outros idiomas.

Parti para um site que guardei faz tempo, sabendo que um dia podia ser de muita utilidade. Visitei um pouquinho, com a esperança de resumir alguns conceitos, traduzir algumas regras e com isso dar o bé-a-bá de como entender textos em inglês antigo, o tal do inglês saxão pré-normando que contei um pouco uns dois posts abaixo (Early Britain).

É, idioma não se aprende em dois minutos, isso já sabia. Até porque cada vez que falo de onde eu sou, as pessoas fingem que falam espanhol, e dói nos ouvidos. Mas mesmo assim decidi ler um pouco, e ver se conseguia montar um post a partir de alguns conceitos.

Para minha decepção, apenas a explicação dos ditongos são 5 páginas. A das vogais, 7 páginas. Quem queria aprender a como se fala Cuhlwch, vai ficar na vontade nem que eu. Bem que o começo do capítulo já falava que mesmo o mais erudito dos alunos de inglês saxônico teria muitissimos problemas para se virar nas ruas do rei Ædwar, ou Edgard, ou sei lá...

Assim, se escorreu das minhas mãos o segundo assunto.

Mesmo assim, vale a pena visitar estes dois sites, em janelas separadas, e comparar. Acho muito interessante, e curioso de se observar.

http://en.wikipedia.org/wiki/Culhwch_and_Olwen

http://cy.wikipedia.org/wiki/Culhwch_ac_Olwen

Se pelo menos me pagassem...

Aproveitei o tempo enquanto pensava em outro assunto para arrumar meus favoritos do Firefox, que já tem várias páginas. Fiz pastas por assunto, coloquei divisões, e no fim entre tantas pastas e opções fiquei com uma bela pasta de referências arturianas.

A lenda arturiana é fascinante, mas muito trabalhosa. Requer de muito tempo para se aprofundar, tempo que é dificil de arranjar como hobby; hoje percebi de vez como estou longe das pessoas que se dedicam de alma a desbravar a lenda. Na terceira e última procura de assunto, sai clicando nesses favoritos todos, e me deparei com várias "sociedades arturianas". As tais de sociedades arturianas são divisões, ou grupos de importantes acadêmicos das mais renomadas faculdades que se dedicam a pesquisar a lenda, e publicar seus trabalhos, que sempre são cobrados. Não basta o subsidio da faculdade ou o salario, as publicações ganham espaços como livros, revistas, reportagens ou mesmo jornais.

A mais renomada das sociedades arturianas é Arthuriana, regida pela Southern Catholic University. Entre outros textos, eles produzem um jornal de publicação trimestral, que podemos subscrever e receber em cópia impressa, ou pagar 25 doletas para ver online. Por algum forte motivo, não me senti interessado. Acho que a graça é pesquisar, debater, fuçar, e compartir isso, tanto é que esse é o espírito deste blog, propagar informação e levar a quem quiser ler um pouco da lenda.

Ai lembrei do que já me disseram um par de vezes, que devia escrever um livro. Gostaria, acho um desafio e tanto, mas não posso concorrer com ninguém além de mim mesmo perante um desafio desses. Não tenho formação acadêmica em Letras, ou qualquer subsidio para encarar a Literatura como ganha-pão, e muito menos condições de brigar e ganhar o interesse de uma editora; e não vou ficar ligando para uma como fez Francisco, o pai dos Camargo, para ver se meu livro vinga e aparece no ranking das revistas.

Ciente disso, sim, acho que posso escrever um livro, sem grandes pretensões. O problema é que não sei se ia me sentir bem escrevendo sem ao menos o reconhecimento de algum público. Com esse critério, o blog está de bom tamanho, acho...

Vou dar um ótimo exemplo do que gostaria de chamar um livro meu.

O Phd. Thomas Green é um pesquisador pos-graduado da universidade de Oxford, Exeter College. O trabalho dele ganhou o nome de "Concepts of Arthur", e segue um roteiro bem interessante.
Ignorando as fontes de informação inglesas e francesas (digamos, Malory e Chrétien entre outros), ele partiu para pesquisar diretamente nos documentos mais antigos existentes, à procura de um Arthur puramente histórico. Nada de matar dragões, Camelot, Excalibur, etc, etc.. Ele queria conhecer quem foi a primeira pessoa a se chamar de Arthur, que poderia ter passado seu nome a outros Arthurs, que eventualmente propagariam a lenda até chegar ao ponto de se perder entre saxões, normandos, e outros tantos.
No seu site encontramos dois links em pdf muito, mas muito interessantes:

Arthurian Literature, que conta as fontes de estudo;

The Historicity, and the Historicisation of Arthur, um estudo que compõe o primeiro capítulo do seu livro.

Lendo esses dois arquivos, senti uma pontinha de inveja branca. Como gostaria de poder estudar como ele fez! Me afundar em textos antigos, estudar a língua, nomes, ter acesso a textos com tanto valor histórico, e condensar isso em um trabalho respeitado e reconhecido. Meus parabéns a ele, e quem sabe, um dia chego perto.

Enfim, tanto me enrolei procurando assunto, que no fim não cheguei a lugar nenhum.

Para não dizer que não postei nada, tem um tal de Tom Hanks que pode ler os versos antigos de Lancelot, no Arthuriana Pedagogy. Delirem com o som da voz do homem ao pronunciar "cnygh" (knight...)

O que querem ler daqui a duas semanas? Respondam o poll, e enquanto isso vou ver o que penso para a semana que vem.

Até então...

PS: Rê, Galahad sempre foi filho de Lancelot :-)






Vulgo Vulgato

Este ano, a Páscoa caiu em Março. Há todo um cálculo usado para chegar nessa data, mas isso não vem ao ponto, afinal meu blog não é desse assunto... Mas como tantas vezes, tenho mais um desafio de encaixar a lenda arturiana em uma data especial.
A Páscoa define um outro evento muitas vezes usado nas lendas arturianas como começo do conto: Pentecostes. Muitas histórias começam com "no dia de Pentecostes...", ou mesmo "No dia da Páscoa" como por exemplo a de Eric e Enide, que já contei neste blog.
Pentecostes é uma data puramente religiosa (embora teve uma festa da colheita pagã associada a pentecostes), então isso me faz trazer à tona um assunto que já explorei um par de vezes, a tal da influência da Igreja na lenda arturiana. O bom disso que me fez aprofundar em um assunto que nunca estudei apropriadamente, e ontem dediquei um tempinho a fazé-lo. Eu poderia simplesmente ter falado do Graal, mas como é um assunto que já explorei, dessa vez vou levá-los mais fundo na lenda. Hoje vou falar do terceiro ciclo de histórias, escrito nos começos do século 13, conhecido como ciclo Lancelot-Graal, ou também como Ciclo Vulgato.

In Nomine Patris, et Fili (versão dois)

O Ciclo Vulgato é, resumidamente, uma versão "revisitada" da lenda arturiana. Ela mistura as histórias mais antigas com fatos do Antigo Testamento, dando significado bíblico a todos os fatos e destinos dos personagens. Incorpora o valor religioso, a busca espiritual do Graal, o senso de pecado, a culpa, o remorso, só coisa boa. Na verdade, apenas reflete o pensamento da época...

A Corte do Graal aparece para Perceval no Castelo do Rei Pelles - Ilustração que acompanha os textos de Chrétien de Troyes.

O grande e mais maravilhoso fato atingido pelo Ciclo Vulgato foi compilar todas as histórias, dando nexo e sentido linear aos fatos, perpetuando a lenda. Isso sim é mérito, ao ponto que serviu de base para todos os trabalhos futuros, entre eles o genial Morte d'Arthur de Thomas Malory, séculos depois (que formou a lenda mais conhecida nos dias de hoje).

Arte na escrita

O ciclo vulgato é uma verdadeira obra prima da literatura medieval. Cinco diferentes trilhas lendárias se estendem em 8 grandes volumes, outorgando assim pela primeira vez na história a lenda arturiana completa do jeito que é conhecida hoje. Acredita-se que a linha principal ou rascunho do ciclo seja obra idealizada de uma única pessoa, mas que vários autores participaram escrevendo as obras.

Apresentadas em prosa, as histórias do Vulgato fazem do amor entre Lancelot e Guinevere o elemento crucial da queda do reino de Arthur e sua távola redonda. Também foi explorada a idéia do conflito entre a vida privada e pública da realeza.

  • A primeira trilha é um trabalho de Robert de Boron; a lenda do Santo Graal, que finaliza com a guarda do Graal no castelo de Cobernic, nas mãos do Rei Pelles, avô de Lancelot.
  • Mais um trabalho do Robert, a segunda trilha foca em Merlin; seus esforços a favor da causa de Uther, o nascimento de Arthur, suas intervenções para favorecer Arthur nos seus primeiros anos de reinado... Mas Merlin acaba aprisionado por Nimue, quem amava profundamente e a quem se entregou. A partir desse momento, Arthur teve que continuar sem a ajuda do seu conselheiro favorito.
  • A terceira trilha, ou prosa de Lancelot, conta inúmeras aventuras; não apenas sobre Lancelot ou mesmo a corte arturiana. Eventos que de certa forma prevêem o futuro são colocados repetidamente ao longo das histórias, especialmente quando Lancelot foi nomeado cavaleiro. Uma série de eventos faz com que Arthur não estenda a espada a Lancelot para fazê-lo cavaleiro, e Guinevere acaba fazendo-o, criando um vínculo feudal formal entre eles, que logo depois será reforçado pelo vínculo do amor. A história então continua com Chrétien, contando o seqüestro de Guinevere e seu resgate (obviamente) pelas mãos de Lancelot, após o qual é chamado para todo tipo de aventura cavalheiresca. Durante estas aventuras, Lancelot foi seduzido pela filha do Rei Pelles, guardião do Graal. O resultado desse encontro foi o nascimento de Galahad. Maravilhas prevêem o futuro, anunciando que Lancelot não é mais o maior cavaleiro do mundo. O motivo? Sua falta de castidade. E por que Galahad é o predestinado? Pela sua linhagem e pureza.
  • A quarta trilha é sobre a busca do Santo Graal. Esta história mostra que a távola redonda e o Graal estão intrinsecamente ligados, e que a conquista na busca do Graal será a o grande e principal motivo do reinado de Arthur. O Graal aparece para a corte de Arthur no Pentecostes, no mesmo dia em que Galahad chega à corte e passa no teste do assento perigoso, o assento da távola redonda que somente poderia ser ocupado por quem fosse digno de sentar nele, e capaz de levar a busca do Graal até o fim com sucesso.
A Távola Redonda e o Santo Graal, Ilustração do manuscrito Lancelot-Graal de Michel Gantelet, finalizado em 1470.

A Busca Vulgata, diferentemente dos contos de Robert e Chrétien, foca bem mais os fracassos de Lancelot e Gawain do que no sucesso de Galahad, Perceval e Bors. Os cavaleiros mundanos (onde Lancelot e Gawain são os maiores expoentes). mestres-de-armas, cavaleirismo e amor cortés não mais conseguem manter a caráter icônico da irmandade Arturiana. Agora a honra pertence aos cavaleiros espirituais, aqueles que podem levar a busca do Graal ao fim. Os cavaleiros são medidos agora pelo seu grau de santidade. Nas mãos dos escritores Vulgatos, a busca do Graal é inteiramente espiritual na sua natureza. Galahad e Perceval passam praticamente para outro plano de existência, enquanto sobra para Bors, que viu o Graal por si mesmo, levar a mensagem de sucesso na busca até a corte do Rei Arthur.

  • A última trilha, a morte do Rei Arthur, é uma trilha de decadência espiritual. Ecos de pouca importancia no plano mundano, associados com a valorização do plano espiritual são tipificados em Lancelot, que embora consiga uma visão parcial do Graal, sofre no fim pela sua falência no lado espiritual. É ele quem corta os laços com a távola redonda resgatando Guinevere da morte certa e quebra a linha de comando de Arthur para vantagem de Mordred. Histórias prévias já contavam este tipo de acontecimentos començando por Geoffrey de Monmouth, mas os autores da Vulgata foram os primeiros em colocar Mordred como filho de ilegítimo de Arthur. Portanto, Arthur é também condenado pelo seu pecado. Depois de uma grande batalha, Arthur é enterrado na capela Noire; os cavaleiros chegam até seu caixão para se reunir, e procurar arrependimento penitente. Particularmente para Lancelot, é tarde demais. Ele morre espiritualmente vazio, e com isso o ciclo conclui.

Lancelot é o evidente protagonista do ciclo Vulgato, mas Arthur tem a função de dar continuidade às histórias. A távola redonda é pela primeira vez um instrumento para combater o mal e corrigir erros. Os cavaleiros da távola redonda tem a missão de fazer o bem. Esta missão dá à távola redonda um propósito fundamental, um elemento até então não encontrado nas lendas arturianas. A história da queda de Arthur, uma figura de grandiosidade épica, ganha foco: os cavaleiros da távola redonda procurando o Santo Graal. Colocados contra o pano de uma busca espiritual, os pecados de Arthur, Guinevere, Lancelot e Mordred acabam tirando o destaque deles, enquanto a bondade de Galahad e Perceval prevalecem brilhando acima do resto.

Ao mesmo tempo, estes personagens são vividamente humanos. São passionais, vivendo romances incontroláveis, erram, sonham, eles respiram os ideais dos tempos dos autores Vulgatos.

Até a semana que vem!!







Anglo-Saxão, Eu?

Olhando alguns posts antigos, percebi que o blog estava perdendo um pouco seu rumo, caindo na enrolação. Para voltar às raízes densas, ao estudo sério e dedicação intensiva que pretendo para o conteúdo, fiz a transcrição do Capítulo 19 do livro Early Britain de Grant Allen. Este capítulo explora a origem dos nomes ingleses, a influência dos normandos, e dá umas idéias medonhas para nomes de filhos.

Este post é dedicado a duas pessoas:

A Renata, que me passou o link do livro;

A Andrea, que como professora do idioma de Shakespeare vai achar muito, muito interessante.

Nomenclatura Anglo-Saxã

Talvez nada provoque maior rejeição ao estudante de Inglês moderno da historia antiga do seu país do que a nada familiar aparência dos nomes pessoais que encontra antes da Conquista Normanda. (...) Antes da invasão Normanda, o Inglês se vê aparentemente cercado por completos estrangeiros, nos Æthelwulfs, os Eadgyths, os Oswius, e os Seaxburhs das Crônicas; enquanto isso reconhece nos invasores Normandos, os Johns, Henrys, Williams e Roberts do período imediatamente posterior à conquista, os seus amigos Ingleses. O contraste dificilmente poderá descrever-se melhor do que na história contada sobre a esposa Normanda de Æthelred. Seu nome era Ymma, ou Emma; mas os Ingleses daquele tempo reclamaram do som estrangeiro do tal nome, então a dama recebeu o novo nome Inglês de Ælfgifu. Hoje em dia a nomenclatura mudou de forma tão radical que Emma é reconhecido como um nome Inglês, enquanto Ælfgifu parece uma palavra completamente estrangeira. A luz lançada sobre a História ao estudar cuidadosamente os nomes pessoais é tão valiosa que apenas umas poucas aclarações serão necessárias para descrever a Bretanha Anglo-Saxã.

Durante o primeiro período podemos captar dos Ingleses no continente ou no leste da Bretanha, uma modalidade de nomes duplos que foi preservada, não muito diferente do modelo atual de nome e sobrenome. O nome do clã se adicionava ao nome pessoal. Uma pessoa era chamada como Wulf o Holting, ou como Creoda o Æscing. Os nomes de clãs eram comuns entre os Ingleses e os Teutônicos continentais. Portanto achamos Helsings na inglesa Helsington e na sueca Helsingland; Harlings na inglesa Harlingham e na frísia Harlingen; e Becclings na inglesa Bletchingley e na escandinava Bleckingen. Os ingleses Thyrings e Torrington correspondam provavelmente aos Thuringians; os Myrgings de Merrington aos francos Merwings ou Merovingians; os Wærings de Warrington aos noruegueses Væringjar ou Varangians. Em qualquer escala, a organização dos clãs foi um ponto em comum a ambas grandes raízes teutônicas, tanto Inglesa quanto Germânica. Foram reconhecidos mais de 200 nomes de clãs somente em documentos e textos, e por volta de 600 outros deduzidos de nomes de localidades.

(...) Os nomes pessoais do primeiro período práticamente não tem tradução, como acontece com o primeiro estrato dos nomes gregos, que não demonstram nenhum vínculo obvio para associação. Outros nomes correspondem a animais, ou objetos naturais. A diferença das composições posteriores, a regra era utilizar um único elemento. Esse tipo de nomes são encontrados na narrativa da colonização e nas genealogias da mitologia; Hengest, Horsa, Æsc, Ælle, Cymmen, Mælla, Ceol, Wig entre outros. Algum desses nomes são históricos, mas o resto são puramente míticos ou deduzidos de nomes compostos localizados posteriormente.

No período verdadeiramente histórico, o sistema de clãs caducou, e cada pessoa ganhou, por regra, um nome pessoal único. Estes nomes eram quase que em todos os casos compostos por dois elementos, onde os elementos utilizados para montar as combinações eram relativamente poucos. Assim, temos a raiz _æthel_, nobre, como a primeira metade em Æthelred, Æthelwulf, Æthelberht, Æthelstan e Æthelbald. A raiz _ead_, rico, ou poderoso, é vista em Eadgar, Eadred, Eadward, Eadwine, e Eadwulf. _Ælf_, um elfo, e o elemento inicial em Ælfred, Ælfric, Ælfwine, Ælfward e Ælfstan. Estes foram os nomes favoritos da casa real de West-Saxon; os reis da Nortúmbria preferiam a sílaba _os_; divino, como em Oswald, Oswiu, Osric, Osred, e Oslaf. _Wine_, amigo, é o final mais comum encontrado em Æscwine, Eadwine, Æthelwine, Oswine, e Ælfwine, cujos significados não requerem maior aclaração. _Wulf_ aparece como parte inicial em Wulfstan, Wulfric, Wulfred, e Wulfhere, enquanto é a segunda parte em Æthelwulf, Eadwulf, Ealdwulf, e Centwulf. _Beorht_, _berth_ ou _briht_, brilho ou glorioso, aparece em Beorhtric, Beorthwulf, Brihtwald; Æthelberht, Ealdbriht e Eadbyrht. _Burh_, fortaleza, entra em muitos nomes femeninos, como Eadburh, Æthelburh, Sexburh e Wihtburh. Como regra, um certo número de sílabas parecem estar associados como elementos corretos para a formação de nomes pessoais, e combinados a gosto, sem muito cuidado no significado final. A lista a seguir é curta, mas acompanhada das raízes descritas acima, deve bastar para explicar a maioria dos nomes que aparecem neste trabalho.

_Helm_: capacete. _Gar_: lança. _Gifu_: presente (gift). _Here_: exército. _Sige_:vitória. _Cyne_:real, realeza. _Leof_:querido, amado. _Wig_:guerra. _Stan_: pedra. _Eald_: antigo, respeitável. _Weard_ ou _Ward_: proteção, defesa. _Red_: concílio, conselheiro. _Eeg_: borda ou espada. _Theod_: povo, nação.

Combinando estes elementos com os outros já comentados, chegamos na maioria dos nomes da realeza e nobreza usados pelos primeiros governantes da antiga Inglaterra.

Por outro lado, os nomes mais curtos e em formatos antigos ficaram com o povo. (...) No oeste, particularmente em Cornwall, os nomes se mantiveram na maioria celtas (Griffith, Modred, Riol e outros). Em outras regiões, os nomes celtas sumiram junto com o idioma celta. É fato que em alguns casos as culturas celtas, galesas e bretã se emprestaram nomes mutuamente, mas olhando o todo, fica a impressão que os conquistados bretões aceitaram rapidamente os nomes dos seus conquistadores normandos.

(...) A conquista Normanda mostra claramente como a nomenclatura inteira de uma nação pode mudar completamente sem nenhuma mudança radical de raça. Imediatamente após a conquista os nomes nativos ingleses começam a desaparecer, e no seu lugar surgem grupos de Williams, Walters, Rogers, Henries, Ralphs, Richards, Gilberts e Roberts. A maior parte destes é originalmente Germânica, levada para Gália pelos Francos, emprestada por eles para os Normandos, e copiadas pelos ingleses dos seus lordes estrangeiros. Uns poucos, como Arthur, Owen e Alan, eram Bretão gaulês. (...) Somente dois nomes nativos Ingleses sobreviveram - Edward e Edmund – devendo isto apenas a um incidental favor real. Estes foram os nomes de dois grandes santos ingleses, Eadward o Confesor e Eadmund de Anglia do leste. ; e Henry III os empregou nos seus dois filhos, Edward I e Edmund de Lancaster. Desta forma foram adotados dentro do círculo da realeza e ficaram populares, se perpetuando até hoje. Todos os outros nomes morreram no período medieval, e os poucos remanescentes dos formatos antigos como Alfred, Edgar e Edwin são na verdade nomes revividos nos últimos dois séculos. Se formos julgar apenas pela nomenclatura, podemos afirmar quase que alegremente que a conquista normanda extinguiu o povo inglês.

Alguns passos rumo à adoção de sobrenomes começaram mesmo antes da conquista. Títulos oficiais eram comumente colocados depois do nome pessoal, como Ælfred King, Lilla Thegn, Wulfnoth Cild, Ælfward Bishop, Æthelberht Ealdorman, e Harold Earl. Nomes duplos ocorriam ocasionalmente, em base a apelidos ou verdadeiros sobrenomes. (...) Especialmente nos Daneses do norte, eram comuns os nomes patrícios, como Harold Godwine filho, ou Thored Gunnor filho. Em todos estes casos, temos o sobrenome na raiz; mas a adoção oficial e definitiva aconteceu no período normando.

A nomenclatura dos locais requer uma pequena explicação. A maioria dos povoados romanos mantiveram seus nomes romanos: Londinium, Lunden, London; Eburacum, Eoforwic, Eurewic, York; Lindum Colonia, Lincolne, Lincoln. Em muitos casos “ceaster”, vinda de “castrum”, foi adicionada: Gwent, Ventra Belgarum, Wintan-ceaster, Winteceaster, Winchester; Isca, Exan-ceaster, Execestre, Exeter; Corinium, Cyren-ceaster, Cirencester. Quase todos os lugares conhecidos que já possuíam nome ao momento da conquista Inglesa mantiveram seus nomes posteriormente, em forma mais ou menos reduzida ou alterada. (...) Mesmo onde o nome romano foi perdido, como em Pevensey, o formato antigo foi retido na antiga Inglaterra: A Crônica a chama de Andredes-ceaster, ou seja, Anderida. O nome antigo de Bath é Akemannes-ceaster, derivado do latim Aqua. (...) Canterbury, ou Cant-wara-byrig, era corretamente conhecida como Dwrovernum ou Doroberna nos documentos em Latim no período Anglo-Saxão.

(...) Como um todo, podemos afirmar que durante os primeiros tempos da antiga Inglaterra os nomes das cidades eram na maioria Romanos, enquanto os nomes dos vilarejos e povoados menores eram nomes ingleses (conforme foram batizados).

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Gostaram? Chegaram até aqui? Quem diria, hein???

Até a semana que vem!

Wallaceth goes 50

For the ones that are visiting this blog for the first time, this is an extra, irregular post. This blog is about arthurian legends, publishing a new post every weekend. I’ve being studying arthurian legend as a hobby for several years (King Arthur, Excalibur, Guinevere, Merlin, Lancelot, the Round Table and so on). So, this blog talks about those legends, and according to my countless searches, seems to be the only reference in Portuguese with reliable content, going from the stories to movies and books reviews.


Knowing my interest in such matters, my sister-in-law gave me a videogame which name is quite suggestive and fits my legendary interests: Dark Age of Camelot. She bought it in the States, in a trip she made a couple years ago.

It took me a long time to actually try the game and start enjoying it, mostly because is a paid game, and such model is not popular here in Brazil. We lack completely of any kind of tech support regarding games. Probably the best example to show this is the fact that the original XBOX console was never sold by MS here, only through the black market (and the same goes for accessories and games). In the PC business, the things are a bit different, but it is quite clear for all developers that the market share of gamers that are able and want to pay for playing online is just too small.

Anyway, the fact is I’m playing DAoC for more or less 8 months now, and this weekend my toon (as we call the characters in-game) called Wallaceth reached level 50, the highest one available. But the best thing is this happened among friends.


Online gaming is all about meeting other gamers. Real people with real life, real husbands and wives, kids, dogs and cats. It is great to feel their friendship, to share happiness when a mission is accomplished, to raid together, bringing support each other.
Pushing, tanking, buffing, getting aggro, casting, healing. Behaving as a single, coordinated group. And laughing together when a circle of tombs remind us to call more people for the next raid.

Our guild received a proper name considering its origins: From The Ashes. A sad episode marked the end of our previous guild in the way we remember it, and a new, fresh beginning, with some members from the old guild and new people bringing a joyful mix. I play as the inexperienced one most of the times, after all this is my first MMORPG, my first toon and my first guild, but besides getting lost and killed for bad aggro a couple times, I think I learned a lot. And now thinking in which one will be my next toon. What our guild needs now? More healers? Casters? Pullers? Tanks, maybe? That will help me to decide. I do not think anymore like a single player, I think as a guild member. It is great to help, and be helped. It grows as a sense of community, and makes you looking forward for the next time you can join a group and encounter nasty red mobs clustered at the next corridor.

It is hard to put it in words (especially if we consider the fact that English is a foreign language for me), but all this time I spend playing DAoC gave me the chance to meet exceptional people, able to work as a team no matter the distance, language or even lifestyle differences. We are all in the same boat when online, and made of our guild a family. It is a feeling I can hardly describe.

No more introductions; as I promised online, watch the very unique moment when the slowest necro of all times reached 50:







Thanks to all my online friends which make this possible! Thanks for your friendship, I love playing with you all. Looking forward for our next raid!



Matar Leões? Eu Invado Castelos...

Antes de começar (1), quero agradecer por aqui a quantidade de comentários recebidos, dicas, e-mails, toda essa troca de informação e opiniões que foram deixadas nas últimas semanas. Não arranjei tempo de responder no próprio blog, mas não ia deixar de agradecer a cada um pelo tempo dedicado a opinar.

Antes de começar (2), um muito feliz dia a todas as mulheres, afinal, é seu dia, ou não?

Agora sim: tudo surgiu como uma conversa informal entre colegas de trabalho, aí veio a idéia do post, escrevi e mandei por e-mail para alguns desses colegas. Agora esse texto finalmente chega ao blog, uns dias depois. Acrescentei algumas coisas ao mail original, para formatá-lo melhor ao blog, e arredondar melhor a idéia.

De certa forma, este post me faz morder a língua, já que não sou precisamente um fã do blah blah corporativo. E me peguei escrevendo um texto que se encaixa perfeitamente nesse critério.. ótima leitura, e aguardo os comentários!

Conquistando um castelo

Quem ia dizer que videogames podem ser ferramentas de desenvolvimento de talentos úteis no ambiente corporativo?


Faz aproximadamente 8 meses que participo de um jogo online, um MMORPG (Massive Multiplayer Online Role Playing Game). Para os que nunca ouviram falar, os RPG são jogos que representam uma situação real ou imaginária, e cabe ao jogador interpretar um papel dentro da história. Para o caso do MMORPG, a diferença consiste no fato do jogo acontecer pela internet e contar uma quantidade elevada de jogadores simultâneos. Geralmente, o servidor ao que me conecto costuma ficar na casa dos 200-300 usuários, chegando até 500 nos finais de semana. Para atingir números desse porte, obviamente falamos de uma comunidade internacional, com jogadores conectados de todas as partes do mundo.

Sem falar do nome, o jogo em que participo se baseia no período medieval. Três grandes reinos estão em conflito, lutando por território nas fronteiras. Cada reino tem características bem diferentes, servindo de pano para lendas arturianas, celtas e nórdicas, respectivamente. A geografia e raças do jogo representam muito bem as diferenças entre estes reinos, e seus vínculos com cada vertente lendária.

Como é de se esperar em um jogo com tantos jogadores, existe uma forte dependência nos talentos de outros jogadores. Cada tipo de personagem tem suas características, que tornam fundamental o trabalho em conjunto para cumprir as missões, os objetivos.

No domingo passado (2/3/2008) foi minha primeira incursão para invadir uma fortaleza, um castelo. Conversando pelo bate-papo do jogo, montamos uma equipe de 10 jogadores, e mais tarde outra equipe semelhante se juntou a nós na missão, que completamos com sucesso. Olhando de fora, parece simplesmente um videogame, mas temos várias lições para aprender deste jogo. A vitória que conseguimos sobre o castelo não foi apenas compartilhar o espólio, foi uma grande lição que mesmo muitas palestras de Recursos Humanos falham em comunicar.

Trabalho em Equipe

É impensável a possibilidade de invadir um castelo por conta própria; é indispensável a colaboração de um grupo jogando organizadamente para ter alguma chance de sucesso.

O interessante desta afirmação é como a sinergia do grupo surge naturalmente, e como a confiança dentro da equipe permite que cada membro trabalhe eficientemente.

Uma formação de ataque costuma seguir este padrão:

Na frente de ataque, ficam os jogadores com maior força física, os “tanks”. Estes jogadores têm somente uma responsabilidade, que é empurrar e guiar o ataque, sempre para a frente. Nesse frente de ataque, eles só precisam se preocupar com o ataque, e nada além disso, nem sua própria saúde ou vida. Atrás deles, entram os “healers”, com a função de manter a frente de ataque viva, seja carregando a saúde deles ou tirando efeitos negativos como envenenamento. Como força de apoio, entram feiticeiros que conseguem aumentar os talentos dos atacantes (buffing), e lançar feitiços que prejudicando os inimigos tornam o ataque mais eficiente.

Cada membro da equipe tem objetivos e responsabilidades claramente definidas. Fica muito evidente a dependência entre os participantes, e como o trabalho de cada um torna o ataque eficiente. É por este motivo que cada pessoa é inserida na equipe na posição onde seus talentos serão mais bem aproveitados.

Outra lição que aprendemos disto é a eficiência da comunicação. Olhando sob outro ângulo, uma equipe internacional consegue atingir suas metas, sem necessidade de reuniões presenciais, sem precisar se conhecer fisicamente. A comunicação eficiente não conhece fronteiras.

A maior lição que tiramos vem da próxima observação. Pessoas do mundo todo coordenam uma missão com um objetivo em comum, que é atingido graças ao trabalho em equipe. Cada pessoa se preocupa apenas com sua parte do projeto, contando e sabendo que não precisa se preocupar com o resto. É criada uma consciência coletiva, que determina como cada membro é dependente do esforço coletivo. Não posso fazer a missão sozinho, mas basta que cuide apenas minha parte.

Como mencionei acima, pouco depois de começarmos outra equipe se juntou a nós para colaborar na missão. Era uma equipe mista como a nossa, eficiente e consolidada. Por esse motivo o entrosamento foi imediato, e bastaram poucas frases para coordenar o ataque em duas frentes, juntar as forças no pátio do castelo (quando os portões finamente caíram) e concentrar o ataque no ponto principal, revezando ondas de “tanks”, “healers” e “casters” conforme o desgaste de cada um. Para cada membro tinha um substituto pronto para entrar quando precisar, sabendo exatamente o que fazer. Somente uma equipe entrosada consegue enxergar a necessidade do outro, e agir no momento certo.

Quando finalmente levantamos nossa bandeira na torre do castelo, todos nos juntamos no exterior, e começamos a repassar os espólios para uma única pessoa, um dos líderes do ataque. Esta pessoa contabilizou o total, e distribuiu eqüitativamente entre todos os jogadores. A vitória é de todos, e mais uma vez a consciência coletiva aparece mostrando que somente fomos capazes de atingir o objetivo pelo comprometimento e bom trabalho de cada um, sem importar sua função na equipe. O sucesso é coletivo.

Por citar outro exemplo de colaboração, é possível montar máquinas de sitio para invadir o castelo, como catapultas, logo eu que gosto tão pouco disso... Logicamente, ninguém consegue carregar uma catapulta na sua mochila, o que quer dizer que a catapulta deverá ser construída no lugar do ataque. Para que isso aconteça, é necessário que o engenheiro de “siegecrafting” (a arte de construir maquinaria de sitio) peça para os membros mais fortes da sua equipe trazer madeira, cordas, couro de animais, e ferro nas quantidades necessárias. Assim que todos os componentes foram recolhidos, no lugar do sitio, o engenheiro poderá começar seu trabalho, e durante este período é incapaz de se defender. Portanto, assim como a equipe depende do trabalho do engenheiro, o engenheiro depende da equipe não somente para trazer a materia prima, como também para fechar um círculo defensivo enquanto constrói a catapulta. A recompensa deste esforço coletivo é a “vantagem tecnológica”, capaz de virar completamente o rumo de uma batalha.

Depois dizer por aí que videogame é coisa de criança...

UPDATE1: Neste fim de semana devo atingir e nível máximo no meu personagem, o Nível 50. Os desafios não terminam por aí, é apenas o começo do "Path of the Champions"... Assim que conseguir, vou deixar um videozinho com o momento em que virar Lvl Fiftie..

UPDATE2: No link sobre o nome do jogo, tem como baixar o mesmo e jogar na faixa por 14 dias. É muito pouco tempo, mas dá para sentir o gostinho... Se alguém for baixar, recomendo baixar imediatamente os pacotes extras disponíveis de graça (acho que até o Catacombs), que mehoram muitíssimo o visual do jogo. A cada pacote foram atualizando o visual, as missões e a jogabilidade, portanto não tem nada a invejar dos jogos mais recentes...

Até a semana que vem!

Nós não vamos pagar nada

Literatura grátis

A lenda arturiana, como é de conhecimento público, não é uma coisa nova. Isso tem uma conseqüência, e é que a maior parte dos textos originais estão livres de direitos. Quer dizer, eu não pago direitos ao autor ou herdeiros por livros escritos na época medieval, apenas pago pela cópia e custos de distribuição.

O que acontece então se alguém decide escrever o texto, original ou traduzido, em um meio que não envolva esses custos? Simples: temos material de leitura na faixa.

Le Morte D'Arthur, Edição de 1893 baseada na impressão de Caxton de 1485

Durante a procura de material da semana passada (mais precisamente referências sobre Sir Dagonet), cai no site Mars Hill Audio. Para minha surpresa, é um site cristão que promove a interação com a sociedade. Desde o ponto de vista de quem acredita em Deus, a proposta é ler e conhecer textos de várias origens e épocas, adquirir cultura por assim dizer "mundana", para com isso assumir uma visão mais abrangente e compreender melhor a sociedade. Achei uma proposta excelente, totalmente oposta à clássica visão de cristãos reprovando outras culturas e crenças.

Minha menção deste site acontece por um texto que baixei dele, uma compilação de apenas 9 páginas explicando as interligações que aconteceram nas histórias do rei Arthur, suas referências vindas do passado nas lendas celtas e como em determinadas passagens a igreja se envolveu para mudar o rumo da história. Texto muito bem redigido por Jonathan G. Reinhardt, sob o título de "The Matter of Britain: An Introduction to Arthurian Legend".

Uma obra muito conhecida e divulgada como referência da lenda arturiana é o livro de Thomas Malory, Le Morte D'Arthur. Este livro é fácil de encontrar na internet justamente pela questão de direitos de autor que comentei acima; um autor que trouxe à tona novamente o valor do amor cortês já eternizado nos textos de Chrétien de Troyes.

O livro de Malory foi dividido em dois enormes volumes, e graças ao esforço de pessoas dedicadas à divulgação de livros cujos direitos expiraram, ambos volumes estão disponíveis de graça no internet. A primeira referência sempre será o Projeto Gutenberg, um catálogo monstruoso de livros que se propõe digitalizar absolutamente todas as obras literárias.

Encontrei também os livros, organizados por capítulos ou como um arquivo único na Universidade da Virginia, portanto fica mais fácil achar um formato que agrade a cada leitor.

Le Morte D'Arthur no Projeto Gutenberg
Volume 1 e Volume 2

Le Morte D'Arthur na Universidade da Virginia
Volume 1 e Volume 2

Por falar em literatura livre, encontrei este site, quem sabe não encontrem alguma coisa interessante?

Até a semana que vem!