As loucas aventuras de Ivain

Terminei! Terminei de ler o livro do Ivain. Claro que não ia deixar vocês de fora nessa, né? Vamos lá:

Na última cena que comentei, Ivain curou-se da loucura por um unguento mágico da Morgana, e acompanhou a jovem que o fez sarar. Ele chegaram no castelo onde esta moça servia, e a senhora do castelo estava necessitada de ajuda, pra variar. Um conde ficava saqueando as terras dela, e por isso Ivain ficou por lá até sarar, e quando sarou pegou o conde de jeito, até ele se render, com a promessa de reconstruir tudo o que destruiu e plantar tudo o que arrasou. A dama desse castelo queria Ivain por marido, mas ele de novo caiu fora, dizendo que não podia mais ficar (sabe tipo trem das onze? então..).

Eis que vaza, e vai perambulando pensativo pela floresta, até que escuta um grito, um choro, um lamento. Foi assim que encontrou um leão brigando com uma serpente. Ele pensou, "Qual criatura eu devo ajudar?", e achou o leão mais nobre animal que a serpente, sempre tida por traiçoeira desde os tempos bíblicos. Ele ataca a serpente, mas ela cuspe fogo! Ele se defende, e mata a tal, mas a cabeça fica presa, mordendo o rabo do leão. Ele então corta com a espada o rabo, apenas o mínimo que pudesse para soltar a cabeça da serpente.

Ivain esperava que imediatamente o leão o atacasse, e preparou seu escudo. Mas o leão simplesmente olho para ele, ficou de frente, e sentou, como todos os gatos sentam: como a esfinge. Relaxado, calmo. O leão abaixou a cabeça, e mostrava gratidão pelo ocorrido; Ivain entendeu, e fez uns cafunés no gatão. A partir desse momento viraram companheiros inseparáveis, e onde Ivain ia o leão o seguia.

O leão caçava animais para Ivain, que cozinhava e deixava o resto para o seu novo bicho de estimação. Ficaram no bosque uma quinzena levando essa vida, até por acaso dar de frente com a fonte,a bacia, a pedra e a capela onde começou o conto. Desmaiou no instante, e ao cair a espada soltou da bainha e o cortou. O leão, ao ver o que aconteceu, tentou reanimá-lo, mas finalmente o carregou próximo de uma árvore, e o deixou sentado. Quando acordou, percebeu que o leão salvou sua vida, mas se lamentou por ter falhado na sua promessa de voltar em um ano. Enquanto choramingava, escutou uma moça chorando na capela; depois de conversarem um pouco, percebeu que era Lunete, quem o tinha ajudado em primeiro lugar.

Ela foi acusada de prejudicar sua senhora, e foi condenada a morrer queimada. Estava aguardando sua pena, que seria no dia seguinte. Ivain disse que a defenderia perante aqueles que lhe acusavam, mas perguntou porque nenhum cavaleiro se ofereceu antes; ela disse que procurou na corte pelo Gawain, mas ninguém o encontrava. Ele tinha partido para buscar Guinevere, que foi levada aparentemente por culpa do Kay. Olha só o crossover com a história da charrete!

Ivain prometeu que estaria no castelo para defendê-la, e partiu com seu leão. Achou perto um castelo, onde foi se refugiar pela noite; descobriu todo mundo triste, e soube que um gigante ameaçava o castelo, e tinha aprisionado os filhos do dono do castelo. O gigante queria a filha do castelão, não para ele, mas para vendê-la; em troca devolveria os filhos vivos. A filha do castelão era prima de Gawain, mas ninguém o encontrou na corte de Arthur para defendê-la.

Ivain disse que podia ficar e resolver a questão, mas precisava defender a Lunete e portanto não podia demorar. Eis que passou a noite, estava indo embora enquanto todo mundo pedia para ele ficar, mas deu de cara com o gigante enquanto saía. O nome do gigante era Harpin, e trouxe os filhos do castelão, todos maltratados e estropiados. Depois da típica briga verbal partiram para as vias de fato, e Ivain e Harpin se pegaram. O leão não se aguentou quieto, e foi ajudar, até derrotarem o gigante.

Ivain somente virou o cavalo, e disse para levarem a notícia até a corte do rei Arthur, dizendo que o cavaleiro do leão tinha feito isso. Assim nasce a lenda do cavaleiro do leão, já que não revelou para ninguém em momento algum que era Ivain.

Chegou ao galope para defender o nome de Lunete, ela já quase na fogueira. Minutos depois estava brigando com o senescal e seus dois lacaios que acusaram Lunete de traição; a briga foi muito desigual até o leão se meter no meio. O leão matou um dos lacaios, e ficaram dois contra dois. Finalmente venceram Ivain e seu leão, mas ficaram na enfermaria um tempo. A senhora do castelo pediu para ficarem (sem saber que era Ivain), mas ele disse que somente poderia ficar o dia que sua dama o perdoasse de coração, e partiu novamente, carregando seu leão ainda ferido, usando o escudo como maca. Chegou em uma casa onde foi bem recebido, e as duas filhas do homem, hábeis em medicina, cuidaram dele e do seu leão até sarar.

Nesse meio tempo, um tal e senhor do Espinho-Negro morreu, deixando duas filhas. A mais velha fez de conta que o pai tinha deixado tudo aos cuidados dela, enquanto a mais nova exigia sua metade na herança. A briga foi tal que a mais nova foi até Camelot para pedir por um cavaleiro para defender seu nome. Ela encontrou Gawain, que já tinha voltado assim como Guinevere do sequestro de Meleagrant, mas Gawain já tinha prometido à irmã mais velha que a defenderia. A mais nova pensou, "estou fod..", mas enquanto pensava chegaram noticias de um tal de cavaleiro do leão, que matara um gigante e defendera uma moça em Broceliande. A irmã mais nova pediu ao rei Arthur por justiça, e que desse tempo para ela procurar por um cavaleiro idôneo para enfrentar Gawain; assim o rei deu 14 dias para ela.

A jovem partiu e procurou por muitas terras pelo cavaleiro do leão, até ficar doente de tão desolada por não encontrá-lo. Se hospedou em uma casa onde outra jovem disse que a ajudaria, e a outra jovem partiu para buscar o tal do cavaleiro do leão, até encontrar a casa onde esteve sarando, e ouvir maravilhas dele. Partiu novamente no sentido que ele tinha partido, até felizmente encontrá-lo e contar a história das irmãs.

Ivain, seu leão e a jovem empreenderam o caminho para Camelot, até passar perto de um castelo, chamado de Castelo do Mal Descanso. Enquanto passavam, as pessoas do castelo o mandavam ir embora, falando "Eres mal-vindo! Eres mal-vindo"; ele claro que não se aguentou e foi ver qual era o lance.

Bom, o castelo estava cheio de moças, todas enfraquecidas de trabalhar constantemente sem descanso; elas contaram que nesse castelo tinha dois filhos do capeta (mesmo). O rei das donzelas passou pelo castelo, e foi derrotado, desde então, pagava enviando trinta jovens todos os anos para o castelo, até os filhos do maligno morrerem. Ivain então decidiu enfrentar os dois, e mais uma vez quando estava para ser derrotado o leão o ajudou e acabaram com os malignos.

A questão é que o castelo era antes disso de um homem já velho, que ainda estava no castelo, e depois de Ivain derrotar os capetas o homem insistiu em dar a sua filha para Ivain como mulher, para que o castelo seja dele. Ele não aceitou, e ordenou libertar todas as moças. Assim elas sairam, e ele junto com a jovem partiram para Camelot, chegando exatamente no dia que vencia o prazo da irmão mais nova.

Ivain e Gawain se enfrentam totalmente armados, sem se dirigir a palavra e sem um sacar que o outro era seu grande amigão da vida inteira. Combateram o dia inteiro, até ambos se declararem vencidos! Ao descobrirem que eram eles, ambos insistiram ainda mais em dar a vitória um ao outro. O rei Arthur então achou justo escolher ele mesmo, e viu mais justiça em prevalecer a herança entre as irmãs, defendendo o direito da irmã mais nova; e pedindo que haja amor entre elas como irmãs.

Ivain e Gawain foram curados, mas Ivain partiu prontamente, sem nada dizer. Foi até a fonte e a pedra, e decidiu fazer chover; tanto fez que a dona do castelo temeu, e percebeu que precisava de um defensor. A Lunete (que de burra não tem nada) disse para procurar o cavaleiro do leão, e que o ajudasse a obter o perdão da sua senhora...

Lunete busca Ivain e seu leão, e os leva até Claudine, sua senhora. Claudine diz que fará tudo para que um homem justo e valente como ele receba o perdão da sua senhora, e eis quando Lunete revela que esse poder já estava na sua mão; assim Ivain se revela a Claudine.

Ivain conta da sua loucura, e de como procurou seu perdão; assim Claudine, olhando novamente para o cavaleiro, decide perdoá-lo. E Ivain finamente encontra a paz, do lado de Claudine e do seu leão.

Fim! Ufa!

Só queria trazer para vocês um pensamento: Ivain é de fato o clássico cavaleiro errante. Reparem a quantidade de aventuras diferentes que passou, quase sem apear do cavalo. Ele ia onde a aventura o procura-se, sempre buscando prestar serviços como cavaleiro, enfrentando o que tivesse que enfrentar. Gostei também do cruzamento de histórias com o conto da charrete, achei bem sacado; afinal Gawain, sobrinho de Arthur, nunca teria razões para rejeitar um combate. Era um dos cavaleiros de maior renome!

E vocês, gostaram do conto?

Até a semana que vem!

E o Leão?

Finalmente separei um tempo para ler com mais dedicação o conto de Ivain, o cavaleiro do Leão. Para quem tem boa memória, era um dos candidatos a post na enquete que fiz há um ano e meio; acho que isso basta para dizer até que ponto o livro não se encaixou nos meus horários. Para falar a verdade, tenho lido muito pouco ultimamente. Preciso retomar esse costume. Parece que a lista de coisas que deixo de fazer só cresce. Tanto é assim, que tem caixas de DVDs (seriados e minisséries) que ainda estão com o plástico. Na prateleira, mas com o plástico.

O que posso contar hoje é que a história de Ivain (ou Yvain, ou Owein) é uma das mais chatas que já li. Sério. Muita enrolação, muito lero-lero e pouca trama. Diálogos intermináveis, que se estendem por páginas e terminam onde começaram. Não me animou até agora, mas vou terminar de ler. Acho que o mais frustrante é que o nome da história é o tal do "Cavaleiro do Leão", mas tive que ler 70% do conto para o tal do leão aparecer. Por assim dizer, ou a intro ficou muito longa, ou o nome do conto não bate... Que tal chamar de "Ivain, o cavaleiro que fez um bocado de coisa e viu um leão"?

Certo, certo... vamos deixar o Chrétien de Troyes descansar em paz, afinal ainda é um dos meus escritores favoritos. Este livro traz (de novo!!) uma história de amor cortés, só que bem superficial.

Tudo começa com uma reunião de cavaleiros na corte do Arthur, onde Sir Calogrenant (alguém conhece??) conta a pedido da rainha Guinevere sua desgraça em uma aventura ocorrida nas florestas de Broceliande: ele estava por aí cavaleirando a beça, até que encontrou um sujeito feio pra caramba cuidando de touros, enfrentando os bichos apenas com as mãos. Calogrenant se espantou desta visão, e foi perguntar para o cara se sabia de alguma aventura por aí que ele pudesse fazer. O feioso contou pra ele que na floresta tinha uma bacia de mármore com água. Do lado dela havia uma pedra enorme e brilhante, como de fosse uma esmeralda gigantesca esculpida como pilastra. o topo da pedra era enfeitado com outras pedras, e pendurada em cima delas havia uma jarra de ouro. Se ele recolhesse água da bacia com a jarra e a jogasse por cima das pedras, o tempo fechava (literalmente!) e chovia como se fosse o fim do mundo. Assim que a tormenta passava, toda a vida voltava à floresta, com pássaros cantando e tal.

Calogrenant se animou e foi ver a tal pedra, fez a caca de molhar a pedra, e choveu pacas. Assim que a chuva parou, escutou um cavaleiro vindo ao galope, totalmente armado. O cavaleiro gritou para ele: Quem sois para me desafiar! Eu sou o guardião da fonte!; e partiu pra cima do Calogrenant, o derrubou do cavalo, e levou seu cavalo embora.

O lado bom desse conto é que Calogrenant foi honesto, reconheceu que perdeu e tal... gente fina, gostei dele. Claro que todos os cavaleiros ouviram a "maravilha", e decidiram buscar a fonte. Só que Ivain não quis esperar e saiu de fininho para fazer tudo sozinho, e depois contar como foi.

Cabe dizer que o Kay está mais atacado do que nunca neste livro, asqueroso e de má índole como não lembro dele em nenhum outro livro. Estou avisando porque não sei se ele aparece em algum momento crítico da história, mas até agora somente encheu linguiça falando besteira.


Ivain combate com o defensor da fonte, miniatura de 1433.

Bom, Ivain foi até lá, fez tudo, e enfrentou o cavaleiro quase que de igual para igual. Os dois terminaram destroçados, só que o cavaleiro levou a pior, e percebeu que ia morrer pelo sangue que estava perdendo; assim subiu no cavalo e correu para seu castelo. Ivain foi atrás dele, tentando acabar de vez com o sujeito. Os dois entraram no castelo por um corredor muito estreito, uma armadilha típica de castelos. Assim que o cavaleiro passou, duas grades afiadas cairam no corredor, fechando o mesmo. A que fechou por trás caiu com tal força que cortou o cavalo do Ivain no meio, mas ele que estava inclinado sob o pescoço do cavalo acabou se salvando. O lance é que Ivain ficou preso entre as duas grades, e sabia que ia morrer quando o encontrassem. Uma dama do castelo o viu e o tirou de lá antes que o resto viesse, usando um anel que o deixou invisível, e o escondeu no castelo. O castelão morreu, e a mulher dele queria a cabeça de quem tivesse matado o marido.

A dama que ajudou Ivain a se safar é Lunete, uma das damas de companhia da mulher do castelão. Lunete ficou enchendo a cabeça da sua dama até convencê-la que precisava desposar novamente, ou o castelo cairia nas mãos de quem fosse atacá-lo. Feito isto, ela disse que em um confronto entre cavaleiros, quem ganha é superior, portanto quem derrotou seu marido bem podia ser melhor do que ele. Finalmente, disse quem foi quem matou seu marido, e que devia tomá-lo em casamento para ter como se defender. Inacreditavelmente, ela topa. E assim, Ivain desposa a Laudine, Dama de Landuc, filha de Landunet, ex mulher do defunto Esclados. Olha quanto nome bonito para filho!

Arthur e os cavaleiros partem (finalmente) para ver a tal da fonte de pedra, e molham a pedra, chove, etc.etc. Agora quem aparece para defender a fonte é Ivain, e Kay decide enfrentá-lo. Claro que cai do cavalo, mas Ivain leva o cavalo até Arthur e diz que nada podia tirar dele. Nesse momento tira o capacete e se revela como Ivain, ao que todos comemoram. Todos vão ao castelo de Ivain, e ficam lá uns 8 dias.

Gawain diz para Ivain que porque está casado não pode deixar de ser cavaleiro e virar um encostado, e pede para acompanhá-lo nas aventuras; ele pede permissão para a mulher, que o autoriza com apenas uma condição: que volte em um ano. Sendo assim, ela lhe dá um anel que o protege.

Passa o ano, e Ivain não volta. Um dia chega uma dama no castelo de Arthur, e pergunta por Ivain. Ao encontrá-lo, o chama de mentiroso e vil, destruidor de corações e etc., e arranca o anel da mão dele dizendo que não era mais merecedor de carregá-lo no dedo, e que a dona do anel o queria para si novamente.

Ivain fica envergonhado, mas banca pose na frente dos outros cavaleiros. Quando pode sai de fininho, vai para a floresta, fica louco e arranca as roupas, e vive como selvagem um tempão até que uma moça o encontra dormido e percebe pelas cicatrizes do rosto que era Ivain. Passa um hipoglós mágico da Morgana na testa dele enquanto dorme, o que tira a loucura, e antes dele acordar largou umas roupas para que ele coloque. Ele acorda, percebe que está nu, se veste, e a damisela que ainda estava por aí faz de conta que o acaba de encontrar, e pede para lhe acompanhar.

Até aqui passou mais da metade do livro. E pergunto eu, cadê o Leão??

Até a semana que vem!

It's coming...

O fim do ano se aproxima, e com isso as compras natalinas. As lojas e vitrines ficam cheias de coisinhas interessantes e bacanas, e no que me diz respeito, curto bastante as novidades de fim de ano. Especialmente ao falar dos novos lançamentos de games.

Para os que curtem coisas medievais, a Bioware está lançando um jogo monstruoso, gigantesco, mega-épico e no tom dos Baldur Gate. Este novo jogo é o Dragon Age: Origins, e promete ser sangrento, cru, violento, cruel como os próprios tempos medievais. Já estou na espera para ter minha cópia... Acho sensacionais os jogos da Bioware. Eles criam mundos muito ricos, tem muita coisa para explorar. É particularmente imersivo. Nada disso de joguinho para criança, é entretenimento de alto nível, como um bom filme ou um seriado bem feitos.

Mas tem outra novidade quente: lembram do post de jogos arturianos? Então, parece que finalmente vai lançar o King Arthur. A data prevista de lançamento para download é 24 de Novembro. As telas prometem! Vamos ver qual vai ser o preço final para download. Provavelmente compre o jogo pelo Steam, é uma plataforma excelente para compra online no PC.

Como se isso não bastasse, a famosíssima saga Dungeons & Dragons lançou um jogo GRATUITO. Faz muito tempo que não vejo isso. A idéia é que você baixa, joga, e se gostar paga por conteúdo adicional, mas não é obrigado a comprar nada para jogar com seus amigos online. Achei muito, muito legal essa idéia. A Microsoft deveria aprender um par de coisas com esses caras quando lançou a Live. E espero que a Blizzard volte às origens com o Diablo 3, permitindo que a gente brinque online no battle.net sem ter que pagar nada além do jogo. Tá aí o desabafo!

No momento estou jogando Torchlight, jogo feito pela turma que sobrou da Flagship Studios depois que faliram ao fazer o Hellgate: London. Contando um pouco de história, a Flagship era a turma da Blizzard North, que acabou brigando com a matriz e caindo fora. Nela estavam desenvolvedores do primeiro Diablo, e no fim a Blizzard acabou lançando o Diablo 2 sem eles.

Foi uma pena ver como um jogo tão promissor e bacana como o Hellgate (que fiz questão de comprar original e ter caixinha e mapa) acabou levando os caras à ruina. A idéia do online deles não deu certo, infelizmente. E os que compramos o jogo ficamos com um game bugado, onde alguns bichos ficam presos nas paredes e um par de missões podem travar o jogo inteiro se não são seguidas em determinada ordem.

Mas voltando ao Torchlight, é um joguinho que roda até em netbooks, e traz tudo o que o Diablo original tinha de bom: ação, ação, e mais ação. Uma maré de inimigos chovendo em volta, e em poucos segundos a gente fica clicando feito louco, jogando todo tipo de magias para ver se é possível sobreviver. O jogo é quase que uma homenagem ao Diablo (o jogo, tá?), ao ponto que escalaram o Matt Uelmen para fazer as músicas. Quem no lembra de cabeça as primeiras notas da música da cidade de Tristam? A herança do trabalho anterior dessa turma é inegável. Vale a pena, é pequeno de baixar e baratinho. Quem quiser testar antes de comprar, pode baixar a demo no mesmo site.

Bom, chega de falar, vou jogar um pouco! Até a semana que vem!

Medieval Madness

Tá, é um post preguiça. Mas com esse calor não consigo nem pensar direito, quanto menos blogar! Vamos falar de novo como o período medieval é influente, e como pode ser divertido. E do meu encontro inusitado com o Merlin.

Semana passada comentei que estava jogando pinball. Não que tenha ido até um fliperama, mas tive uma fase de jogar bastante nos flippers, entender o roteiro dos jogos e tal. Entre minhas grandes paixões está a mesa do Star Wars Trilogy, uma mesa interessante, cheia de rampas e seqüencias divertidas.

Joguei bastante nos emuladores de PC também, e a última vez foi com emuladores de mesas oficiais (ou seja, as que simulam mesas de pinball reais). Estes emuladores tem a tarefa de interpretar a física das mesas, como o ângulo de inclinação e força dos mecanismos, enquanto outros softwares rodam paralelamente a inteligência da mesa, como quais luzes acender, quais travas acionar, como contabilizar pontos e quais graças fazer no display digital. Isso é possível usando o Virtual Pinball para a parte física, e o vpinmame para a lógica eletrônica. Quem tiver interesse, pode procurar no google por esses termos e gastar um par de horas para configurar os softwares até rodar adequadamente. Quem já brincou com emulação não vai ter maiores dificuldades em configurar as mesas.

Recentemente a Williams (uma das maiores fabricantes de mesas) lançou o Williams Pinball Hall of Fame, um videogame que traz o clima das casas de fliperama. Nesse jogo entramos com um punhado de moedas na mão para escolher a mesa onde jogar, e tem todos os clássicos licenciados pela própria Williams. A emulação é muito precisa, com todos os efeitos de luzes, som e a física presentes nas mesas de verdade. Foi jogando neste jogo que me reencontrei com uma mesa fantástica, divertidíssima e viciante: Medieval Madness!



Esta mesa foi lançada em 1997 seguindo um layout semelhante ao da Attack from Mars, e por ser do mesmo criador também segue o mesmo tom hilário nos desenhos e comentários. É uma tiração de sarro constante, como o fato da donzela da torre ser gorda e reclamar que está com fome, a catapulta que joga até vacas e as piadas espalhadas nos desenhos que enfeitam a mesa.

Tem um monte de fotos bacanas da mesa no site pinball database, e mais detalhes na página oficial da Williams e no Wiki, claro. Hoje em dia, uma mesa dessas em bom estado pode passar dos 10.000 dólares! Quando foi lançada, custava por volta de 3.000 dólares. A mesa é tão popular que até hoje são vendidas peças fabricadas por terceiros para consertar o que estraga, como as cabeças dos trolls e algumas travas de rampa como a da casinha do Merlin.

Vou terminar o post com um vídeo que achei muito legal: o vídeo promocional da própria Williams. Nesse vídeo vemos alguns detalhes do jogo bem de perto, e explica até o roteiro do jogo.



Ficaram com vontade? Vão encontrar esta mesa e mais um monte no jogo da Williams, disponível para Wii, PS2, PS3, x360... e baratinho!

Para quem tiver a grana, o espaço e tempo necessários, podem encarar a idéia de comprar uma mesa de verdade, bem zuada, e consertar. Vejam só que legal o trabalho de um apaixonado para consertar uma MM durante dois anos neste blog. Achei o máximo! Quem estiver precisando peças, podem achar na Marco Specialities. Eita hobby caro...

Até a semana que vem!

Hallowhat?

Olá seguidores do Camelot! Como já sabem, neste final de semana ocorreu Halloween, o tal do dia das bruxas. O termo Halloween é na verdade uma inflexão da expressão All Hallows Eve, ou data de todos os santos (aqui conhecido como dia de finados). Coincidência ou não, por volta do 31 de Outubro os druidas celtas (ou celtas druidas?) celebravam seu Samhain, o final do verão, um dos mais importantes Sabbats (embora os sites cristãos aleguem que era uma festinha sem importância, claro). Era o fim do ano, o Reveillon deles por assim dizer. A festa oposta era o começo do verão, as festas de Beltane, exatos seis meses antes. Essas sim eram de arrebentar, ao menos é o que dona Marion Zimmer Bradley nos conta na sua saga de Avalon.

No calendário Wicca, Samhain representa Outubro, enquanto Beltane representa Maio. Não que isso tenha muito que ver com nada, mas já que estamos falando do lado pagão da coisa achei interessante mencionar. Por comentar outro fato curioso, Samhain em Galês da Irlanda é Novembro, enquanto Samhuin em Galês da Escocia é All Hallows (todos os santos).

A celebração de finados (ou todos os santos) é mérito da Igreja Catôlica: Por decisão do Papa Gregorio III a data passou do 13 de Maio para o 1 de Novembro, e posteriormente o Papa Gregorio IV declarou a data universal, ou seja celebrada no mundo todo. Daí a ter crianças mendigando doces ou aprontando, tricotar uma abóbora ou povo fantasiado de monstro há um longo caminho...

Aqui no Brasil não há comemoração de Halloween, salvo no restaurante T.G.I. Friday's e nas escolas de Inglês.

O que isso tem a ver com Camelot? Ou com Arthur? O mesmo com o periodo medieval? Nada, mas como a data é feriado e a cidade está deserta não espero que muita gente se preocupe em ler um post mais caprichoso, por assim dizer. O que posso contar sobre Arthur nesta semana é que encontrei o Merlin onde menos esperava: Na mesa de pinball Medieval Madness da Williams.

Bom final de semana, e bom feriado!
And remember your dead beloved ones!